I V
quando chovia de madrugada
eu fazia plantação eu sempre me levantava
de milho,arroz e feijão os bezerros eu soltava
naquela terra molhada presos em outro curral
com estilingue pegava peixe
pendurado no pescoço no riacho do roçado
minha vida era um colosso e corria atrás do gado
não reclamava de nada em um cavalo de pau
II VI
pegava espiga chupava manga
de milho amadurecida no próprio pé de mangueira
para minha mãe querida ia abrir a porteira
preparar uma canjica para boiada passar
sofria muita tomava banho
ferroada de abelhas no poço perto da represa
ao cuidar das ovelhas imitava com clareza
pertinho da oiticica o passarinho cantar
III VII
com os dois pés como eu brincava
encostados na parede olhando o céu estrelado
me balançava na rede comendo milho assado
embalado pelo vento na fogueira de São João
uma criança ia na vazante
alegre e com saúde arrancar batata doce
que buscava no açude toda vida isso me trouxe
água em cima do jumento bastante recordação
IV VIII
sempre subia a minha vida
em arvoredo sombrio no sertão foi muito boa
pulava dentro do rio foi nos rios e lagoas
molhado de euforia onde natação eu fiz
aquilo era pulava cerca
a coisa mais divertida por cima do passadiço
assim eu tive uma vida talvez tenha sido por isso
uma infância sadia que lá eu fui tão feliz
como foi maravilhosa a minha vida no sertão
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